segunda-feira, 6 de junho de 2011

Contar ou não contar?

A parte mais difícil de ter HPV é não saber de quem você pegou. Não que a questão seja importante, na maioria dos casos a pessoa nem sabe que é portadora do vírus. Mas dá aquela sensação estranha, fico pensando que podia ter me protegido mais, escolhido mais. Não tive muitos parceiros, mas concordo que alguns não valiam a pena arriscar.

Como o vírus pode ficar incubado por até 20 anos, fica mais difícil ainda saber o momento que o HPV foi contraído. Eu namoro há menos de 1 ano e a primeira reação foi culpar oo atual namorado. Mas mesmo que fosse ele, não é questão de términos e brigas e muito menos indício de traições. O importante é compartilhar, explicar o que é, explicar que a pessoa pode ter o vírus também e que é importante se tratar.

Meu médico disse que emu tratamento não adiantaria de nada se meu namorado tivesse o vírus e não fizesse tratamento. Então por bem ou por mal ele ia ter que saber. Até porque não é muito normal você não querer mais transar do nada ou aparecer aquele vontade repentina de usar camisinha com alguém que você nunca usou. Uma hora ele mesmo ia começar a questionar.

 O meu medo era se ele iria entender, aceitar e ter paciência para esperar todo o tratamento. As verrugas que aparecem são muito feias e de forma alguma iria querer que alguém visse aquilo. Mas não fiquei muito tempo no conto ou não conto. Se ele gostasse de mim de verdade iria me apoiar e iria procurar um médico, independente de quem passou pra quem. Se não aceitasse, pois bem, a vida continua e ninguém nunca morreu de amor.

Contei no dia que saíram os resultados do exame. Expliquei o que era, como pegava, os sintomas, para que podia evoluir e como era o tratamento. Expliquei que ele podia ter me passado ou eu passado para ele. E que isso era o menos importante.

A reação dele foi melhor do que eu imagina. Entendeu, me apoiou e mais do que depressa marcou com o urologista para saber se tinha o vírus. Ainda não fez o exame, mas não estou muito ansiosa.

O apoio de pessoas que amamos nessa hora é fundamental. Não vivam com isso sozinhas! Seja o parceiro, seja a mãe, o pai, os melhores amigos. É sempre bom ouvir de alguém que tudo vai dar certo e que vamos ficar bem. O preconceito existe, claro. Muitas pessoas desinformadas confundem HPV com promíscuidade. Mas é por isso que não devemos nos esconder. A divulgação e informação faz com que as pessoas queiram se cuidar.

domingo, 5 de junho de 2011

Os exames...

Oi pessoal, tudo bem? No último post contei como descobri que tinha HPV. O primeiro dia foi horrível, angustiante. Chorei horas e horas. Não contei para ninguém, com medo e com vergonha. Mas decidi que queria ficar bem, que queria ficar sem esse problema.

No dia seguinte a consulta com o médico, procurei um laboratório para fazer os exames. Tinha que ser naquele dia, de qualquer jeito. O único que conmsegui era bem distante do meu trabalho. Mas marquei mesmo assim, esse é um problema que não pode esperar. Se as verrugas já tinham crescido em 4 dias, imagina como elas não poderiam ficar?

Dei um jeito e cheguei no tal laboratório. Com muita vergonha. Mostrar aquelas verrugas para outros desconhecidos era muito constrangedor. Mas era necessário. O médico pediu além do Papanicolau, a Vulvoscopia e a Biópsia da Vulva.

Acredito que a maioria das mulheres já tenha feito o Papanicolau. É um exame simples. O médico introduz um espetáculo para alargar as paredes da vagina. Com isso ele consegue ver o colo do útero, para verificar se há alterações, além de recolher uma pequena amostra de céluas que serão analisadas em laboratório. Não dói e nem é desconfortável. É rápido e importante fazer.

 Os outros dois exames eram novidade para mim. A palavra biopsia por si só já assusta! Mas o pior foi o medo, os exames são rápidos e praticamente indolor. Na biopsia só senti uma picadinha, que foi na retirada do material para analise. A vulvoscopia é bem simples também e não senti nada.

O especialista do laboratório me disse que isso era mais normal do que eu imaginava e que o tratamento era até rápido. Queria muito conversar sobre isso com o médico, o quanto antes!

Sobre o fato de ser comum ele tinha razão. Pesquisei e vi que 1 em 4 mulheres sexualmente ativas tem ou vão ter algum contato com o HPV. É quase uma epidemia! 

Tentei marcar um retorno com o ginecologista para a semana seguinte, no dia que os exames ficariam prontos. Mas adivinhem? Ele tinha saído de férias e só teria dia disponível dali quase 2 meses. Não queria e nem ia conseguir esperar. Marquei com outro ginecologista sem medo. Não esperem! É importante que procuremos orientação médica o quanto antes.

O começo!

Olá pessoal, tudo bem? Eu sou a Joana, tenho 25 anos, moro em São Paulo e acabei de descobrir que tenho HPV. Decidi criar esse blog por alguns motivos. Primeiro para ajudar as pessoas que se encontram na mesma situação que eu, segundo para trocar experiências sobre o assunto e por último, para desabafar.

Há mais ou menos 3 semanas, notei duas pequenas verrugas na entrada da vagina, durante o banho. Achei estranho e marquei com o meu ginecologista para a mesma semana. Achei que não fosse nada demais, imaginei que pudesse ser até um pelo encravado! Conversei com amigas que me disseram para nem ir ao médico, porque com certeza não era nada! Primeira dica, nunca deixe sua saúde nas mãos de alguém que não é profissional. É sempre bom consultar um médico.

No dia da consulta as tais verrugas já estavam um pouco maior, o que me assustou. Fiquei muito ansiosa até o horário da consulta. Expliquei para o médico o que eu tinha visto e ele pediu para examinar. Não precisou nem encostar para saber o que era. Sem muita sensibilidade, foi logo dizendo: "Menina, coitada de você, isso é HPV. Xi, você pegou HPV!"... me passou alguns exames e me mandou para casa.

Fui embora pensando, eu peguei o que? Mas que diabos é isso de HPV? Tinha feito os exames periódicos a menos de 1 ano e não tinha dado nada. Será que era grave? A resposta deveria ter vindo do tal ginecologista. Mas foi mesmo na internet que descobri o que era HPV.

O HPV, ou Human Papiloma Vírus, é um vírus que vive na pele e nas mucosas genitais, tais como vagina, vulva, colo do útero e pênis. Esse vírus é transmitido, na grande maioria dos casos, através de relações sexuais, mas outras formas de contato existem. Os sintomas são lesões graves na pele, as tais verrugas, popularmente conhecidas como "Crista de Galo". Se não tratado essas lesões podem evoluir e se transformar em câncer, tanto nas mulheres quanto nos homes.

Só a introdução ao assunto foi assustadora. Câncer? Nesse momento vi que o assunto era sério. Chorei horas e horas a fio. E o pior... meu namorado me passou isso? Namoro há mais ou menos 7 meses. A primeira reação que tive foi culpa-lo. Mas a histório não é bem essa.

Estudando mais sobre o assunto descobri que existem centenas de variações de HPV. As mais comuns e menos perigosas normalmente são as que causam as verrugas. Um pouco de alívio! Esse vírus pode ficar incubado durante anos, sim, anos! O período de incubação é indefinido. Na mulher, as variações hormonais e a baixa imunidade podem fazer com que as lesões apareceram, caso tenham o vírus. Por isso, nada de culpar seu marido, noivo, namorado. É muito difícil saber quem pegou de quem. É preciso ter calma e entender o assunto. Contar para o parceiro é muito importante. Mas essa já é outra história... :)